Segundo reportagem, a Nvidia desenvolveu uma tecnologia capaz de verificar a localização dos seus chips de inteligência artificial, identificando o país onde estão operando — iniciativa direcionada a impedir o contrabando para destinos onde a exportação dessas tecnologias é proibida.

O recurso ainda não foi tornado público. Fontes consultadas informam que se trata de uma função opcional, instalada via software pelos clientes, que aproveita capacidades de “computação confidencial” presentes nas GPUs da empresa. A técnica estima a localização geográfica medindo a latência nas comunicações entre os chips e servidores da Nvidia — um método parecido com o usado por vários serviços que se baseiam na internet para determinar posição.

Embora o software tenha sido projetado para permitir que clientes monitorem o desempenho geral de computação de um chip, ele também possibilita identificar onde o dispositivo está fisicamente localizado.

A estreia da tecnologia está prevista para ocorrer junto à nova geração de processadores da Nvidia, batizada de Blackwell. Esses chips incorporam recursos de segurança adicionais que facilitam processos de atestado — mecanismos que verificam a integridade do hardware. A empresa também estuda estender a funcionalidade a gerações anteriores, como as linhas Hopper e Ampere.

O desenvolvimento dessa ferramenta acontece em meio a crescente pressão das autoridades dos Estados Unidos — incluindo a Casa Branca e parlamentares de ambos os partidos — por controles mais rigorosos sobre a exportação de chips de IA. A urgência aumentou após denúncias de redes de contrabando que tentaram enviar ilegalmente mais de 160 milhões de dólares em GPUs da Nvidia para a China.

Em resposta a solicitações norte-americanas para que houvesse possibilidade de localizar chips, o órgão regulador de cibersegurança da China convocou a Nvidia para questionamentos sobre a eventual existência de backdoors que permitiriam aos EUA contornar as proteções dos dispositivos. A Nvidia afirma que não há backdoors em seus chips, e especialistas ouvidos indicaram que a verificação de localização pode ser implementada sem comprometer a segurança do hardware.