Pesquisa da NTT DATA revela como um pequeno grupo de empresas está se destacando no uso prático e contínuo de IA. Embora muitas organizações ainda busquem modelos estáveis para incorporar a tecnologia, apenas 15% do universo pesquisado já podem ser consideradas “líderes em IA” — e elas têm padrões claros que as diferenciam.

O estudo entrevistou 2.567 executivos seniores em 35 países e 15 setores. As empresas classificadas como líderes compartilham elementos-chave: direção definida sobre o papel da IA no negócio, um modelo operacional robusto e execução consistente. Esses mesmos grupos relataram maior crescimento de receita e margens de lucro superiores em comparação com as demais organizações pesquisadas.

Yutaka Sasaki, presidente e CEO do NTT DATA Group, resumiu: “A responsabilidade sobre a IA agora pertence ao conselho e exige uma agenda empresarial ampla. Nossa pesquisa mostra que um pequeno grupo de líderes em IA já está usando a tecnologia para se diferenciar, crescer e reinventar a forma como humanos e máquinas criam valor juntos.”

O que diferencia esses líderes começa pela estratégia. Para eles, a IA não é um projeto paralelo nem uma ferramenta adicionada superficialmente — é um motor central de crescimento, com planos ajustados a essa visão. A vantagem vem da forte ligação entre objetivos de negócio e iniciativas de IA: esse alinhamento acelera decisões e mantém o foco nos resultados financeiros.

Em vez de dispersar recursos, esses líderes concentram esforços em poucas áreas de alto valor e reestruturam fluxos de trabalho inteiros em torno da IA. Ao refazer aplicações críticas com IA incorporada — em vez de simplesmente empilhar recursos sobre sistemas antigos —, conseguem impactos mais profundos e constroem uma dinâmica autocatalítica: investimentos iniciais geram ganhos que incentivam novos aportes, criando um ciclo sustentado de avanço.

A execução também é diferencial. Empresas de ponta investem em infraestruturas seguras e escaláveis para suportar cargas robustas de IA — em alguns casos realocando ou localizando recursos para atender a exigências de ambientes privados ou soberanos — e trabalham para eliminar gargalos que retardariam as equipes. Em vez de substituir profissionais, adotam uma abordagem “expert-first”, onde a IA auxilia colaboradores experientes a realizarem tarefas de maior valor, delegando às máquinas trabalhos complexos ou repetitivos.

Adoção ampla é tratada como um esforço de mudança organizacional de longo prazo, com comunicação clara e práticas de gestão de mudança para reduzir resistências e fomentar uso contínuo. A governança é outro pilar: líderes centralizam supervisão, atribuem responsabilidades a cargos seniores — como Chief AI Officers — e estabelecem processos que equilibram inovação e risco, permitindo escalonamento com mais segurança.

Parcerias externas também aparecem como componente importante: esses players costumam recorrer a especialistas fora da empresa e aceitar arranjos que alinhem pagamentos ao sucesso de resultados. Como disse Abhijit Dubey, CEO e CAIO da NTT DATA, Inc.: “Uma vez alinhadas a IA e as estratégias de negócio, o movimento mais eficaz é escolher um ou dois domínios que entreguem valor desproporcional e redesenhá-los de ponta a ponta com IA. Apoiar essa abordagem focalizada com governança forte, infraestrutura moderna e parceiros confiáveis é como os líderes de hoje transformam pilotos em lucro e se distanciam do mercado.”

O retrato traçado pela pesquisa mostra que a diferença entre experimentar IA e obter vantagem competitiva passa menos por tecnologia isolada e mais por clareza estratégica, disciplina operacional e execução integrada.