Um futuro em que robôs e humanos convivem lado a lado habita o imaginário coletivo há décadas. Do cinema de ficção científica às previsões tecnológicas mais ousadas, a ideia de máquinas com forma humana dividindo espaços, tarefas e rotinas com pessoas sempre despertou fascínio – e, em muitos casos, preocupação.
Com o avanço acelerado da inteligência artificial, essa expectativa ganhou ainda mais força. A sensação de que estamos nos aproximando rapidamente de uma era em que robôs não serão apenas ferramentas, mas presenças constantes em nosso dia a dia, nunca foi tão palpável.
Entre os grandes defensores da visão de “dar vida às máquinas” está Marc Raibert, fundador da Boston Dynamics e um dos nomes mais influentes da robótica moderna. Pioneiro no desenvolvimento de robôs capazes de se mover com agilidade, equilíbrio e coordenação impressionantes, ele acompanha de perto como a combinação entre hardware avançado e IA vem mudando o patamar da robótica.
Na avaliação de Raibert, a tecnologia recente não apenas refinou os robôs, como também ampliou drasticamente o que eles podem fazer – especialmente graças aos avanços em inteligência artificial, aprendizado de máquina e sistemas de percepção. Esses elementos vêm impulsionando uma nova geração de robôs, mais autônomos, adaptáveis e capazes de operar em ambientes complexos.
Ao mesmo tempo, esse progresso reacende um dilema: até que ponto faz sentido aproximar tanto os robôs da forma e do comportamento humano? Humanoides devem, de fato, se parecer conosco em aparência e gestos? Ou o foco deveria estar apenas na funcionalidade, mesmo que o resultado final seja uma máquina sem qualquer semelhança com o corpo humano?
Essas questões estão no centro do debate sobre o futuro da robótica – e a visão de Raibert, construída ao longo de décadas na linha de frente dessa evolução, ajuda a iluminar os desafios, as possibilidades e as contradições por trás dos robôs humanoides.